sábado, 23 de outubro de 2010

Osteoporose


O futuro me espera,
Só espero que ele não demore.
Nessa vida que o mundo impera
Não encontro escora que me apoie.

Saindo o sol, saem as pessoas,
Descansavam em seus pequenos lares,
Não descansaram, mas o patrão não perdoa
E se locomovem cabisbaixos à seus lugares.

Sou um destes zumbis enfadonhos
Que tornam os finais de cada jornada
Melhores que o salário, descansando-os,
Apagam na saída e cochilam na entrada

Os jovens leem para tentar conseguir
Essa tão utópica vida em rotina,
Enquanto o tempo lhes diz o quanto podem dormir
E lhes dá mais sono e menos vida.

sábado, 3 de julho de 2010

Ele



Minha memória ainda guarda com carinho
a emocionante aventura de ser lançado ao ar,
Sentindo o medo de subir ao vento
e tranquilizando-me às tuas mãos voltar.

Entendi e aprendi como funciona o mundo
segurando firme apenas um de teus dedos,
aprendendo o qual o dinheiro pode ser imundo
e o quão limpo pode ser devolvê-lo

Usufruindo de tua sabedoria,
foi crescendo aquele pequeno menino
que atencioso ao seu pai aprendia.
O filho que amava o pai e o pai que amava o filho...

Poucas são as emoções que se comparam
aquelas puras e primordiais alegrias.
Meu primeiro vídeo-game, as canções que me ninavam,
o inesquecível som do chegar da Brasília...

As más lembranças também existem,
mas até nelas também estiveste aí, apoiando-me
Nunca esquecerei o quão me ajudaste
e nunca conseguirei agradecer o suficiente.

Infinitamente agradecido sou a Deus
por poder ter tido um Pai como tu.
Espero ser tão Pai assim aos teus netos.
Obrigado Papai, eu te amo.

O Velho do meu sonho



De repente estava andando descalço,

era um longo caminho de terra seca.
E enxerguei um velho sentado ao mormaço,
o rosto em direção ao sol, mas não fazia nem careta.

Eu corria amedrontado daquele cadáver ambulante,
sentindo seus olhos fitando-me decepcionados.
Então corri mais, até pelo caminho afastar-me,
foi quando ao longe avistei aqueles olhos mórbidos.

O homem tirou sua mira do astro,
Pôs-a em mim, chamando-me,
disse que não adiantava a velocidade do passo
porque o fim era o começo, e o começo o fim.

Sua vida era aquele circulo infinito,
e não adiantava terminar pelo começo.
Só lembro que temi aquele velho esquisito.
E aquele olhar morto... Nunca mais o esqueço

Para que serve o Amor?


Se amar é um conjunto de reações químicas
que nos faz ter a ideia de necessidade,
para que estas emoções tão aflitas,
que cega aos olhos qualquer maldade?

E se nossas reações servem para sobrevivência,
que sentido tem ao nosso primata cérebro
esse prazer da simples convivência
de um dia totalmente estéril?

Não obedecemos ao nosso conceito mentor:
Reprodução, sobrevivência da espécie.
Qual a lógica de sentir amor
se o amar apenas nos submete?

Talvez ele vá além do corpo físico...
Quem sabe esse coração fantástico
não seja assim tão fictício
e esteja em nós batendo vermelho e vívido.

Esqueceram de procurar nas nossas almas,
bem no centro dos nossos espíritos
em seu lindo formato de copas,
está o causador dos mais longos suspiros.

Escrever



Já não mais costumo desenhar,
e mesmo que tente, meus traços não obedecem.
Pobre da minha mão, não culpo-a,
somente por outra arte apaixonou-se.

Estas linhas que me servem de mera base,
não tem força suficiente para entender-me.
Vou notando sua limitação e meu desgaste
de usar as sobras e guardar o restante.

E quando a zero-sete dançando dispara,
é sinal que estou empolgado com a performance.
A folha sensualmente deixa o grafite em sua tara,
acariciar suas linhas, manhosa e sem esvair-se.

Tão lindo casal se constrói com versos
e como é confortante sentir esse amor.
A emoção destes versos incertos,
que dão à língua um doce sabor.

O quão bom se faz o descobrir
do que já havia sido feito por você,
É uma magia que auto conjura-se
É o simples prazer de escrever...

segunda-feira, 22 de março de 2010

O Velho Sistema...



Estamos mortos, esse é o segredo da vida.
Vivemos apenas para continuar vivendo.
Somos nosso horário de entrada e saída,
nossa taxa de lucro, o produto e o dividendo.

Agradecendo por um natural dia bonito
como um mendigo pedindo esmola à Deus.
Desconhecendo nossos poucos direitos
e sem perceber, apagando-os.

Inteligência, eles pedem tanto...
Ser inteligente é estar morto?
Evitar a vida e todo o seu encanto,
estudando e aprendendo a servir a outro?

Se tento ser diferente, sou discriminado,
sou louco, sou diferente, pior; “Sou Revoltadinho”.
Logo tentam me convencer o contrario.
Cada um deveria ter sua própria vida!

(PS:Não rimei o ultimo verso porque sou “Revoltadinho”)

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Quem eu sou?


Eu sou o jogo;
Sou seu sonho esquisito;
Seu calafrio noturno;
O que viaja na sua mente enquanto dorme;
Sou a seta que voa ao meio-dia;
O invisível que te observa;
Sou o bruxo velho;
A torneira que pinga Á noite;
O ultimo suspiro antes do impacto;
A aspas do palavrão;
A ilusão real;
A miragem;
O fim da dizima periódica;
A tua senha secreta;
O imperador da lua;
O samurai corajoso cercado de ninjas;
Tua mente em outro corpo;
O coração que morto palpita;
O ultimo segundo;
Os passos invisíveis;
O 0 do relógio;
O eclipse propício;
O vulto no escuro;
A insônia;
O poema perdido nas chamas;
Eu sou o Jogo e você não pode me vencer;
Eu sou a dor e você não pode me agüentar;
Eu sou o controle e você não pode me mudar;
Eu sou o anjo imortal que foi feito para vencer...

terça-feira, 4 de agosto de 2009

O Virtual Personificado



Hoje códigos ao letras.
Símbolos, expressões.
E até nas piores sarjetas,
batem virtuais corações.

A personificação do Virtual.
Já se conhece o amanha do futuro,
esgotaram-se os segredos do real,
o destino já não é tão inseguro.

Voaram os aviões,
já se banalizou a gravidade.
Navegam as embarcações,
já não buscam a verdade.

“Eureca” já não gritam,
As informações são segredos.
Elas matam, elas atiram,
são perigosas, dão medo.

Resta-nos algo menos perigoso,
o Virtual Personificado.
O Real é vergonhoso,
o Virtual, ao menos, é enfeitado.

Se eu morrer



Se eu um dia morrer repentinamente,
acredites em nosso Deus criador
e não chorem ou lamentem-se.
Vejam como eu vejo e não sentirás dor.

Se nosso Deus é onipotente,
nos cria e nos chama para si,
nos ama e acompanha-nos onipresente.
Que motivos tens para desesperar-te?

Se da massa única temos todos saído,
é assim que imortal serei:
quando souberes que não sou mais vívido,
com uma muda de mangueira me enterreis.

Se a árvore crescer bonita e viva,
tens por certo que ali vivo eu.
Em cambio de visitares uma sepultura pútrida,
alimenteis os pobres do fruto meu.

Se sentires a minha ausência,
não andarás por covas esquecidas.
Minha alma por aí triste vagaria
e seria sofrido o meu pós vida.

Se realizares minha última vontade,
poderás lembrar de minha existência
e todas as línguas, povos e idades,
sem que vejam a morte em sua violência.
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