sábado, 3 de julho de 2010

Escrever



Já não mais costumo desenhar,
e mesmo que tente, meus traços não obedecem.
Pobre da minha mão, não culpo-a,
somente por outra arte apaixonou-se.

Estas linhas que me servem de mera base,
não tem força suficiente para entender-me.
Vou notando sua limitação e meu desgaste
de usar as sobras e guardar o restante.

E quando a zero-sete dançando dispara,
é sinal que estou empolgado com a performance.
A folha sensualmente deixa o grafite em sua tara,
acariciar suas linhas, manhosa e sem esvair-se.

Tão lindo casal se constrói com versos
e como é confortante sentir esse amor.
A emoção destes versos incertos,
que dão à língua um doce sabor.

O quão bom se faz o descobrir
do que já havia sido feito por você,
É uma magia que auto conjura-se
É o simples prazer de escrever...

segunda-feira, 22 de março de 2010

O Velho Sistema...



Estamos mortos, esse é o segredo da vida.
Vivemos apenas para continuar vivendo.
Somos nosso horário de entrada e saída,
nossa taxa de lucro, o produto e o dividendo.

Agradecendo por um natural dia bonito
como um mendigo pedindo esmola à Deus.
Desconhecendo nossos poucos direitos
e sem perceber, apagando-os.

Inteligência, eles pedem tanto...
Ser inteligente é estar morto?
Evitar a vida e todo o seu encanto,
estudando e aprendendo a servir a outro?

Se tento ser diferente, sou discriminado,
sou louco, sou diferente, pior; “Sou Revoltadinho”.
Logo tentam me convencer o contrario.
Cada um deveria ter sua própria vida!

(PS:Não rimei o ultimo verso porque sou “Revoltadinho”)

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Quem eu sou?


Eu sou o jogo;
Sou seu sonho esquisito;
Seu calafrio noturno;
O que viaja na sua mente enquanto dorme;
Sou a seta que voa ao meio-dia;
O invisível que te observa;
Sou o bruxo velho;
A torneira que pinga Á noite;
O ultimo suspiro antes do impacto;
A aspas do palavrão;
A ilusão real;
A miragem;
O fim da dizima periódica;
A tua senha secreta;
O imperador da lua;
O samurai corajoso cercado de ninjas;
Tua mente em outro corpo;
O coração que morto palpita;
O ultimo segundo;
Os passos invisíveis;
O 0 do relógio;
O eclipse propício;
O vulto no escuro;
A insônia;
O poema perdido nas chamas;
Eu sou o Jogo e você não pode me vencer;
Eu sou a dor e você não pode me agüentar;
Eu sou o controle e você não pode me mudar;
Eu sou o anjo imortal que foi feito para vencer...

terça-feira, 4 de agosto de 2009

O Virtual Personificado



Hoje códigos ao letras.
Símbolos, expressões.
E até nas piores sarjetas,
batem virtuais corações.

A personificação do Virtual.
Já se conhece o amanha do futuro,
esgotaram-se os segredos do real,
o destino já não é tão inseguro.

Voaram os aviões,
já se banalizou a gravidade.
Navegam as embarcações,
já não buscam a verdade.

“Eureca” já não gritam,
As informações são segredos.
Elas matam, elas atiram,
são perigosas, dão medo.

Resta-nos algo menos perigoso,
o Virtual Personificado.
O Real é vergonhoso,
o Virtual, ao menos, é enfeitado.

Se eu morrer



Se eu um dia morrer repentinamente,
acredites em nosso Deus criador
e não chorem ou lamentem-se.
Vejam como eu vejo e não sentirás dor.

Se nosso Deus é onipotente,
nos cria e nos chama para si,
nos ama e acompanha-nos onipresente.
Que motivos tens para desesperar-te?

Se da massa única temos todos saído,
é assim que imortal serei:
quando souberes que não sou mais vívido,
com uma muda de mangueira me enterreis.

Se a árvore crescer bonita e viva,
tens por certo que ali vivo eu.
Em cambio de visitares uma sepultura pútrida,
alimenteis os pobres do fruto meu.

Se sentires a minha ausência,
não andarás por covas esquecidas.
Minha alma por aí triste vagaria
e seria sofrido o meu pós vida.

Se realizares minha última vontade,
poderás lembrar de minha existência
e todas as línguas, povos e idades,
sem que vejam a morte em sua violência.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

A Arte de Amar



Escutem-me bem, vós que sois Romântico:
O amor não está em teu domino,
ele propicia o Artista Satírico
e o Estudioso Poeta deixa desacolhido.

Sede um Franco Atirador na caça,
um Fuzileiro na tua conquista,
um Cabo Armeiro que não ameaça
e finalmente, um General Comodista.

Analisa teu alvo com precisão,
nunca deixe teus olhos serem descobertos.
Busca como podes toda a informação,
nada de boatos, vê apenas o que é certo.

Com Habilidade seja Cavalheiro,
estenda-lhe nuvens para que ande,
porém não esforce-te em sê-lo,
aparentes um pouco distante.

Faça-lhe maravilhosas surpresas
em momentos e lugares certos,
mostre que tem destreza
implantando os seus méritos.

Por fim, Domines e comande.
Mostre tua confiabilidade,
enfrente o que ela teme,
busque a oportunidade!

Gênesis Láurence

A Vida


Vida! E se foi a largada!
O coração bate como toda força,
mais forte que minhas longas passadas
a adrenalina fluindo solta.

E a vida vai passando
e eu correndo parado,
as pessoas desaparecendo,
já não estão ao meu lado.

E o menino vira homem,
e a menininha vira moça,
e os filhos viram pais,
as filhas;esposas.

Tenho que cumprir minha rotina,
para os lados já não olho,
estou colhendo o meu futuro
num abafado escritório.

E eu já não corro,
meu corpo vai cansando,
meu coração já não aguenta tanto,
preciso ir andando.

E os outros vão correndo
e eu numa cadeira balançando
vendo a vitalidade das crianças
e minha morte esperando

E já passou a Vida,
e eu já vivi?
Será que já acabou,
e eu nem percebi?

Gênesis Láurence

A Emoção de viver



Eu poderia escrever mil coisas,
fazer um milhão de rimas,
descrever como uma borboleta pousa
no dedo de uma doce menina.

Mas agora não o quero,
não falarei disso,
falar da natureza é esmero,
além de bastante impreciso.

O que pretendo eu expressar
não é algo que posso ser tocado
e muito menos que se possa falar,
é algo que infelizmente me foi afanado,
por isso não devo relatar.

Com ou sem ela eu devo viver
a vida muitas vezes nos ensina:
sentir pode ser sofrer
desejar pode ser cina.

As vidas são pontos a serem ligados
sentimentos,ações e desejos
humanos sendo montados
passando em rápido cortejo

Ópticos momentos esfuziantes
que nos passam em despedida.
"Temporária utopia triunfante"
...isso sim é a Vida.

Gênesis Láurence.

Às vezes


Às vezes não sentes um ardor,
uma chama pulsando em teu peito?
Uma vontade de extravasar sem pudor
sem medo de nenhum direito.

Às vezes teus músculos não tremem?
Tremem de ódio, de sede, de vontade.
Vontade de gritar para que te escutem
levantar o punho para defender tua verdade.

Às vezes tu não choras?
Berras de desespero calado
enquanto a memória te devora
num relapso filme acelerado.

Às vezes tua alma não explode?
Às vezes não te abraças?
Às vezes teu choro engoles?
Às vezes a força se escapa?

Não deixe que vivam por você
Não permita tua própria ruína
Não pare de tentar querer
Não construa tua triste cina

Viva! Grite!
Chore!Abrace!
Pois a vida se vive sozinha...

Gênesis Láurence
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