quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A montanha intransigente


Já me foram os trinta
e onde vim parar meu Deus?
Pipoca e uma TV que auto desliga
e quem cobrirá os braços meus?

A noite exibe sua melancolia,
em sons românticos e longínquos.
Vejo imagens onde uma parede havia,
rerelembrando meus bons momentos.

Revejo os que por mim morriam,
desajeitados, sorridentes e hesitantes.
Meu nome aos prantos balbuciavam,
eram meus apaixonados amantes.

Deixei aqueles jovens no passado,
pois hoje não são mais os mesmos.
Outros "grande amor" devem ter encontrado,
e eu, aqui, imaginando o que seriamos.

E entre a insatisfação e a vergonha vago,
arrebitando meu falso feminismo.
Com dedicação ao trabalho me pago,
engulo minhas magoas com isso.

Meu castelo por um príncipe,
estou aceitando até um plebeu.
A solidão é uma montanha tão ingrime
que nas nuvens seu virgem pico, já se perdeu.

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