quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Paciente


Dividindo o mundo vivo,
embarcado neste transporte
entre o morto e o ativo,
traço minha realidade disforme.

Os outros ao meu redor
conseguem viver em paz,
basta ignorar o seu sabor
e nunca olhar para traz

Estando sempre disposto
a servir quem lhes convenha,
os homens vão criando encostos
para que os entretenha.

Nunca se dispõem a pensar
sempre querem viver algo,
procuram quem os ajudará
a viver no mundo, afogado.

Contraio meus impulsos,
sem revelar minhas agonias.
amontoando os meus entulhos
e acumulando dislalias.

Amargurado, sim eu sei,
mas o determinismo quem o fez,
pois até o dia que morrerei
minha enfermidade não entendereis.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Uma Nova escola literária


Estão desacreditados os poetas,
aqueles que já encontraram o mundo,
hoje, são apenas românticas facetas
mal lidos aos olhos de qualquer vagabundo.

Rapidamente o poema se foi,
deixou para trás os bons costumes.
Sobrou alguém que o caçoe
humilhando estes épicos vislumbres.

Restou o acessível obvio,
tudo se transformou em mero comércio:
entender sem precisar estar sóbrio,
consumistas do não estético.

O mundo continua e gira calado,
conformado e sem saber o que dizer,
enquanto balbuciam ao meu lado
que ensinar não é modo de se viver.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Férias da Rotina



Ficarão velhos aqueles que brincaram,
se portarão como adultos, as velhas crianças.
Em alguma triste rotina enfadar-se-ão
fazendo-se sumir dos olhos as esperanças.

Estiveram tão felizes um dia,
hoje, os rostos relaxados ao espelho
revelam o que outrora não se via:
a verdade em seu rosto derradeiro.

Rindo com qualquer bobagem,
que os alivie ou lhes afague
Um momento reflexo de vertigem
que lhes brote um sorriso alegre

Internalizando feridas alheias,
adultos são crianças com birras diferentes:
"tu te tornas o que semeias
e ignoras o que não entendes"

As pessoas vão se abandonando,
às vezes, deixam de pensar,
não lhes importa o que estão ouvindo,
apenas a maneira de chegar.

Sua vida é como o último verso,
preguiçoso, porém constante.
Que fiquem as crianças em seu universo.
Pois mais feliz é o ignorante.

sábado, 29 de setembro de 2012

Quem?


Quem somos nós, bravos universitários?
Trajando-se para uma guerra,
os vencedores formando-se
em ilusões já tão ermas.

Uns de pronto são abatidos
e pelo caminho da vida
vão se tornando esquecidos
que desertaram à rotina.

Entre paixões e perigos
somos surrados com espinhos
da nossa casa, o exílio,
sofrendo por todo o caminho.

Mesmo sabendo disso tudo
teremos nós que continuar
não desistir nem um segundo
em busca do um dia que se poderá.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Meu Brasil



Bem aventurados somos nós,
criados dentre o sol e a neve.
Balançamos a tua flâmula atroz
e respeitamos quem a carregue.

Respeito não por um rosto,
mas adoração por um continente.
Descomunal nosso brado imposto
pelo orgulho da nossa semente.

Amor é lutar pelo Brasil
indignação é necessária!
Lutar pelo amor ao Brasil,
nossa pátria é extraordinária!

Sempre que a saudade arde,
minha vontade é rever tua cultura,
por Pindorama meu coração bate,
nosso país me elevando a estatura.

Inteligencia e Progresso,
eu também sou um guerreiro.
De teu hino eu não me esqueço
pois tenho orgulho de ser brasileiro.

Linda é uma nação unida
onde o respeito é mutuo
Somos o sangue, somos a vida,
através do nosso bravo orgulho.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A montanha intransigente


Já me foram os trinta
e onde vim parar meu Deus?
Pipoca e uma TV que auto desliga
e quem cobrirá os braços meus?

A noite exibe sua melancolia,
em sons românticos e longínquos.
Vejo imagens onde uma parede havia,
rerelembrando meus bons momentos.

Revejo os que por mim morriam,
desajeitados, sorridentes e hesitantes.
Meu nome aos prantos balbuciavam,
eram meus apaixonados amantes.

Deixei aqueles jovens no passado,
pois hoje não são mais os mesmos.
Outros "grande amor" devem ter encontrado,
e eu, aqui, imaginando o que seriamos.

E entre a insatisfação e a vergonha vago,
arrebitando meu falso feminismo.
Com dedicação ao trabalho me pago,
engulo minhas magoas com isso.

Meu castelo por um príncipe,
estou aceitando até um plebeu.
A solidão é uma montanha tão ingrime
que nas nuvens seu virgem pico, já se perdeu.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Viagem à realidade

Fotografia: a poesia do olhar



Velo meus pensamentos preocupados
que já não sabem encontrar-se.
Uma frenada de desesperados
entre berros confundem-me

Ignorados por Deus,
lembrados pela vida.
Dos que nada se extrai
lhes desejo uma pena ardida.

Há tanto o que pensar,
porque continuam apenas imitando?
Tua verdade um dia se desfará,
e riremos de teu tolo engano.

Gere, crie e conteste a realidade,
basta que se possa estar livre.
Livra-te de tua incontestabilidade
e de qualquer ideia que te prive!

Entre olhares e rostos vou
passeando pela tristeza do mundo.
No breu do pesadelo voo
sem querer encostar no imundo.

Meus pêsames a mim mesmo
estou preso neste pesadelo.
Olhos abertos, mas estou preso!
Eu curo, mas não sei como fazê-lo.

Eu te fazendo gargalhar.



Te forçava o sorriso,
mas ele, por mim tão fácil,
ia e vinha sem indício,
leve, gostoso, sem compromisso.

Os meus olhos alegres admiravam,
como o nascer de um novo sol
e com a empolgação que nunca tiveram,
esbaldavam-se em ritos, contemplando-o.

Caia meu rosto em tua pele,
querendo nadar neste mar de seda.
E não há hora que não zele
por tua presença em minha vida.

A cada amanheceres meus,
lembro de teu rosto alegre,
pedindo sempre ao bom Deus
que esta doída saudade leve.

Miseriosa Mágica



Mais uma vez volto,
refém de meus pensamentos,
em doídas carências retorno
arraigado por meus sentimentos.

A vida é um torturador,
que queima, trata e de repente:
volta para lembrar sua dor,
ferindo a ferida ainda latente.

Gargalhando com nossas lágrimas,
que não aliviam, mas ardem
sem controle e árduas,
infinitas como folha sem margem.

Ostenta a vergonhosa mágica
de criar, elucidar e matar.
Faz de nossos esforços uma sátira
onde atuamos até o nosso fim chegar.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Conectando...



Ganhou-me o corpo uma necessidade infame:
Quebrar o protocolo e escrever aleatoriamente.
A imagem terna e não disforme
De uma lembrança ainda tão presente.

O som que tentava bravamente interpretar,
A felicidade ou decepção em dois dígitos.
Com dificuldade, quase a parar,
Conhecia a ponte entre dois mundos.

Tanta coisa a aprender por lá!
Meus olhos consumiam aqueles dados,
Salvando textos em planilha,
Ouvindo todos falando calados.

O sol anunciando a hora de dormir
enquanto mundo ia se desligando.
Daquele computador teria que sumir,
Antes que alguém me o visse usando.
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