domingo, 27 de novembro de 2011

A estrada



Este caminho me conhece bem,
Meus passos desiguais, passeiam.
Pois minha mente anda tão além...
E meus pensamentos, por onde vagueiam?

Sempre fora do meu corpo vivo,
Mortos são os que não o fazem.
Ambulantemente no automático
O desnecessário da rotina, desfaz-se.

Tento agradecer as migalhas de felicidade,
Tenho carregado o pesar do pensar.
Como um rei sem nenhuma majestade,
Querendo apenas o dia terminar.

Responde-me o corpo quando sofre,
E possesso pela dor, pede demência
À vida, a Deus que tudo sabe,
Ou ao que me inspire mais conveniência.

As calçadas cochicham meu nome:
“Este é aquele que fez aquilo”
E ficam para trás no passado disforme,
No ponto cego do esquecido.

Dentro de mim choram os pensamentos,
Sem saber por que estão existindo.
Da sede da verdade vivem sedentos
neste pobre corpo intervindo.

Aos poucos são esquecidos
E ressurgem pela vida atormentados.
Espetam minhas veias, desvaídos.
E choram meus olhos condenados.
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