sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O rei



Os pássaros cantam alegremente ofuscados pelo sol,
As pessoas caminham e conversam sem parar.
Aqui o som ambiente do meu trono é o silencio
Que vaga pelo castelo a se arrastar.

Rir ou indignar-se com o povo já não é tão divertido,
Apesar de ser eu a linhas destas marionetes
(ao contrario delas) eu não estou entretecido.
Tenho tanto poder, mas tantas responsabilidades!

Eles tão inocentemente me acatam as ordens sorrindo.
Eu, o “explorador maquiavélico”, dito-as preocupado.
Em que são eles piores que eu, se os estou cobiçando?
Eu alegro suas vidas, mas quem é por mim dedicado?

Insatisfazendo meus anseios por suas necessidades,
Suprindo meus desejos por seus sentimentos.
Das minhas pequenas crianças escondo as tristes verdades
Mas entendo a real necessidade de seu alienamento.

A Folha Rasgada





A folha está rasgada,
Ela é diferente das outras
E na sociedade não pode ser engajada.

A folha está rasgada,
E nada de bom pode vir dela.
Ela é incapaz de cumprir o papel que a ela foi selecionado.

A folha está rasgada,
e não é digna de pena,
Pois não vale nem a pena testá-la.

A folha está rasgada,
E para que adaptar-me a ela?
Custar-me-á o grafite respeitá-la.

A folha continua rasgada
E quanto mais nela escrevo,
Mais me acostumo à sua diferença.

Mas a folha está rasgada,
E vejam o quanto escrevi!
Será que assim mesmo foi projetada?

A grande folha rasgada,
Não é diferente, é especial
E digna de uma grande metáfora.
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