terça-feira, 4 de agosto de 2009

O Virtual Personificado



Hoje códigos ao letras.
Símbolos, expressões.
E até nas piores sarjetas,
batem virtuais corações.

A personificação do Virtual.
Já se conhece o amanha do futuro,
esgotaram-se os segredos do real,
o destino já não é tão inseguro.

Voaram os aviões,
já se banalizou a gravidade.
Navegam as embarcações,
já não buscam a verdade.

“Eureca” já não gritam,
As informações são segredos.
Elas matam, elas atiram,
são perigosas, dão medo.

Resta-nos algo menos perigoso,
o Virtual Personificado.
O Real é vergonhoso,
o Virtual, ao menos, é enfeitado.

Se eu morrer



Se eu um dia morrer repentinamente,
acredites em nosso Deus criador
e não chorem ou lamentem-se.
Vejam como eu vejo e não sentirás dor.

Se nosso Deus é onipotente,
nos cria e nos chama para si,
nos ama e acompanha-nos onipresente.
Que motivos tens para desesperar-te?

Se da massa única temos todos saído,
é assim que imortal serei:
quando souberes que não sou mais vívido,
com uma muda de mangueira me enterreis.

Se a árvore crescer bonita e viva,
tens por certo que ali vivo eu.
Em cambio de visitares uma sepultura pútrida,
alimenteis os pobres do fruto meu.

Se sentires a minha ausência,
não andarás por covas esquecidas.
Minha alma por aí triste vagaria
e seria sofrido o meu pós vida.

Se realizares minha última vontade,
poderás lembrar de minha existência
e todas as línguas, povos e idades,
sem que vejam a morte em sua violência.
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